O livro de Germaine Guex, à sua época, foi uma obra de surpreendente originalidade no campo da psicanálise, tendo sobretudo em vista que a autora, de modo bastante solitário, formulou uma nova configuração de um distúrbio que, segundo ela, não se enquadrava nas descrições freudianas das neuroses. O indivíduo abandônico [abandonnique] vive sob a ameaça permanente de abandono e em extrema dependência afetiva, o que resulta numa segurança constantemente ameaçada. O sentimento permanente é de medo. Não à toa, em Pele negra, máscaras brancas, Frantz Fanon evoca o conceito de neurose de abandono criado por Guex para analisar a maneira como a experiência de inferiorização racial imposta pelo colonialismo poderia ser comparada a uma “neurose de abandono coletiva”.
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