Em Winnicott, é a relação pessoal, confiável e continuada, que cura; e é ela que, negada, insuficiente, caótica ou falseada, faz adoecer. Num texto sobre psiquiatria infantil, referindo-se à cura em geral, ele diz: “A necessidade, em cada caso, é a de alguém encontrar alguém a nível profundo”. Se seguirmos Winnicott, não há atalhos. Pode-se, sim, precisar de medicação para, por exemplo, diminuir um grau de ansiedade ou desespero que impeça a relação pessoal, que é terapêutica, de perdurar o tempo necessário para que a cura se efetive. Mas a medicação sozinha não altera o sentimento subjacente de não conseguir chegar a si, de não se sentir real ou de não ser capaz de tocar ou ser tocado pelo outro. Elsa Oliveira Dias
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